Através de uma rede social, nós
do CAFLF conhecemos a fisioterapeuta Natalie Matiola Stupp, que atua na região
de Como, Itália. A partir de então, entramos em contato para a mesma pudesse nos
contar um pouco da realidade de nossa profissão no Exterior.
Graduada há 7 anos pela
Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) e especialista em fisioterapia
hospitalar pela Uniandrade de Curitiba, Natalie revela da sua dificuldade de
encontrar emprego no Brasil. Como sempre, foi uma apaixonada por outras culturas
e países na qual juntou o útil ao
agradável, e resolveu atuar no mercado internacional. Muito simpática e bem
disposta, aceitou de primeira nosso convite e se diz muito feliz em nos passar
um pouquinho de sua realidade.
CAFLAF - Como os
fisioterapeutas brasileiros são vistos na Itália?
NATALIE
- Felizmente somos vistos como
profissionais dedicados, que trabalha duro, e sem medo de ousar! Mas é claro,
temos uma preparação profissional que nos dá segurança para executar o nosso
trabalho na melhor maneira possível!
CAFLAF - Quais
as maiores dificuldades encontradas?
NATALIE-
Como aqui ainda existe a figura do médico-fisiatra não temos a autonomia que
temos no Brasil. Obtive minha “láurea” em 5 anos, enquanto aqui, tem duração de
3 anos e meio e os fisioterapeutas saem habilitados como técnicos. Por isso
noto certa hesitação da parte de alguns na hora de tomar decisões, ficando
extremamente dependente dos fisiatras. Com a minha formação generalizada/holística,
muitas vezes precisa dar uma “freada” nas minhas iniciativas e trocar ideias
com o médico. Mas com a
formação que obtive na UNESC, me sinto muito bem preparada para expor meu ponto
de vista aos com médicos, colegar fisioterapeutas e dirigentes de estruturas sanitárias.
CAFLAF - Quais
os pontos positivos e negativos da profissão no exterior?
NATALIE - Positivos:
cada um desempenha um papel extremamente bem definido, e isso nos tutela a nos
direcionar dentro da estrutura sanitária. A valorização e reconhecimento da
importância da fisioterapia existem e muito! Seja da parte dos
pacientes/familiares, ou de parte de outras figuras profissionais. Alem da
ótima remuneração.
Negativos:
infelizmente noto certa precaução excessiva da parte dos operadores sanitários,
isso significa que todos se “protegem” burocraticamente para evitar de serem
processados. Cito um exemplo para compreender melhor: todos trabalham e se justificam
dizendo que foi uma ordem dada pelo médico. Isso faz com que os profissionais
sejam pouco criativos, não tomem iniciativas produtivas e dependam sempre se
outras figuras profissionais.
CAFLAF - Qual é
a realidade da fisioterapia na saúde pública na Itália?
NATALIE - Apesar
de estarmos passando por um fortíssimo momento de crise, o sistema de saúde pública
auxilia muito no atendimento homecare. Ou seja, após um período de
hospitalização, o paciente é mandado para casa com um programa de reabilitação,
em fases mais agudas são ciclos de 10 à 12 sessões renováveis, e em casos
crônicos são 10 à 12 sessões repetidas até duas vezes por ano. Alem do serviço
de fisioterapia o governo fornece serviço de enfermagem e assistentes para os
pacientes.
CAFLAF - Qual
sua área de atuação?
NATALIE - Trabalho,
sobretudo com pacientes idosos em casas de repouso muito bem estruturadas e assistências
domiciliares conhecidas como “homecare”. Reabilitação de próteses, AVC,
esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, além de todas as patologias
relacionadas à senilidade onde tem grande demanda.
CAFLAF - Quais as
áreas da fisioterapia que mais se destacam na Europa?
NATALIE - Pelo fato
de as patologias mais comuns serem fratura de fêmur e sequelas de AVC, a
ortopedia e neurologia são bem difusas em clínicas, casas de repouso e homecare.
A fisioterapia respiratória é muito utilizada em hospitais, mas ainda são
poucos os profissionais na área de respiratória; por exemplo, eu e outros
poucos colegas somos os únicos fisioterapeutas especializados na região de Como
(onde eu moro). As áreas de ergonomia e reabilitação uro-ginecológica ainda não
são muito conhecidas.
Atualmente
a pirâmide demográfica daqui, tem uma população idosa muito maior que de jovens
e crianças, sendo assim, tudo é muito direcionado para área geriátrica.
Natalie ainda nos relatou que desde que foi para a
Itália já teve a oportunidade de fazer vários cursos, principalmente nas áreas
de geriatria e respiratória. Uma realidade do país é uma exigência de 50
pontos, no mínimo, de créditos de ensino continuo (ECM) por ano para a
profissão de fisioterapia. Sendo esses cursos todos habilitados pelo ministério
da educação, quanto mais cursos se fazem mais pontos se tem seja para o
curriculum, seja para desempatar em concursos e principalmente para melhorar a
qualificação profissional.
Finalizamos esse post deixando um recado de Natalie
para todos os acadêmicos de fisioterapia.
Boa tarde. Minha esposa é Fisioterapeuta especialista em cardiorrespiratória, pela Faculdade de Medicina - USP em São Paulo. Gostaríamos de entrar em contato com a entrevistada Natalie. Seria possível?
ResponderExcluirBoa tarde. Meu nome é Angelica Berford, sou fisioterapeuta ha 8 anos e gostaria muito de trabalhar fora do Brasil. queria muito entrar em contato com voce por email.
ResponderExcluiraberford28@gmail.com
Gostaria muito de entrar em contato com a entrevistada Natalie Matiola Stupp
ResponderExcluirOlá...Sou fisioterapeuta e educadora física, tenho muito interesse em trabalhar um período na Itália, gostaria de me comunicar com a entrevistada, se possível...Meu email fla.clinicafisio@gmail.com
ResponderExcluirGostaria de indicação de alguns cursos na área de fisioterapia na Itália... filicyesddutra@yahoo.com.br
ResponderExcluirOlá, estou pensando em ir morar na Itália. Sou fisioterapeuta e gostaria de conversar mais com a Natalie. Meus e-mais são gleisafon@yahoo.com.br /gleisafontoura@gmail.com
ResponderExcluirGrata
Gostaria de trocar ideia com a entrevistada sobre o processo de mudança é trabalho como fisioterapeuta para Itália.
ResponderExcluirfedantasm@gmail.com
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSou fisioterapeuta em penso em ir morar na Itália gostaria de conversar com.a entrevistada.
ResponderExcluirgitapparo@hotmail.com
Sou estudante de fisioterapia, e vou residir na Itália ano que vem, e gostaria de mais informações junto a entrevistada.
ResponderExcluirPoderia fornecer o email dela?
O meu é lucianacristinasa2016@gmail.com
Olá! Estou a disposição para trocar ideias sobre a nossa profissão na Itália! Obrigada ao Centro Acadêmico prof.Lisiane Fabris por estar fazendo um excelente trabalho. italianat@hotmail.com ou nataliestupp (Instagram)
ResponderExcluirNatália gostaria muito de entrar em contato com você. danielamartinelli63@hotmail.com
ResponderExcluirOlá, sou fisioterapeuta e gostaria de saber o que é preciso fazer para validar o diploma na Italia.
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