sexta-feira, 24 de maio de 2013

Fisioterapia no exterior por um olhar brasileiro




Através de uma rede social, nós do CAFLF conhecemos a fisioterapeuta Natalie Matiola Stupp, que atua na região de Como, Itália. A partir de então, entramos em contato para a mesma pudesse nos contar um pouco da realidade de nossa profissão no Exterior.
Graduada há 7 anos pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) e especialista em fisioterapia hospitalar pela Uniandrade de Curitiba, Natalie revela da sua dificuldade de encontrar emprego no Brasil. Como sempre, foi uma apaixonada por outras culturas e países na qual  juntou o útil ao agradável, e resolveu atuar no mercado internacional. Muito simpática e bem disposta, aceitou de primeira nosso convite e se diz muito feliz em nos passar um pouquinho de sua realidade.

CAFLAF - Como os fisioterapeutas brasileiros são vistos na Itália?
 NATALIE - Felizmente somos vistos como profissionais dedicados, que trabalha duro, e sem medo de ousar! Mas é claro, temos uma preparação profissional que nos dá segurança para executar o nosso trabalho na melhor maneira possível!

CAFLAF - Quais as maiores dificuldades encontradas?
NATALIE- Como aqui ainda existe a figura do médico-fisiatra não temos a autonomia que temos no Brasil. Obtive minha “láurea” em 5 anos, enquanto aqui, tem duração de 3 anos e meio e os fisioterapeutas saem habilitados como técnicos. Por isso noto certa hesitação da parte de alguns na hora de tomar decisões, ficando extremamente dependente dos fisiatras. Com a minha formação generalizada/holística, muitas vezes precisa dar uma “freada” nas minhas iniciativas e trocar ideias com o médico. Mas com a formação que obtive na UNESC, me sinto muito bem preparada para expor meu ponto de vista aos com médicos, colegar fisioterapeutas e dirigentes de estruturas sanitárias.


CAFLAF - Quais os pontos positivos e negativos da profissão no exterior?
NATALIE - Positivos: cada um desempenha um papel extremamente bem definido, e isso nos tutela a nos direcionar dentro da estrutura sanitária. A valorização e reconhecimento da importância da fisioterapia existem e muito! Seja da parte dos pacientes/familiares, ou de parte de outras figuras profissionais. Alem da ótima remuneração.
Negativos: infelizmente noto certa precaução excessiva da parte dos operadores sanitários, isso significa que todos se “protegem” burocraticamente para evitar de serem processados. Cito um exemplo para compreender melhor: todos trabalham e se justificam dizendo que foi uma ordem dada pelo médico. Isso faz com que os profissionais sejam pouco criativos, não tomem iniciativas produtivas e dependam sempre se outras figuras profissionais.

CAFLAF - Qual é a realidade da fisioterapia na saúde pública na Itália?
NATALIE - Apesar de estarmos passando por um fortíssimo momento de crise, o sistema de saúde pública auxilia muito no atendimento homecare. Ou seja, após um período de hospitalização, o paciente é mandado para casa com um programa de reabilitação, em fases mais agudas são ciclos de 10 à 12 sessões renováveis, e em casos crônicos são 10 à 12 sessões repetidas até duas vezes por ano. Alem do serviço de fisioterapia o governo fornece serviço de enfermagem e assistentes para os pacientes.
    
CAFLAF - Qual sua área de atuação?
NATALIE - Trabalho, sobretudo com pacientes idosos em casas de repouso muito bem estruturadas e assistências domiciliares conhecidas como “homecare”. Reabilitação de próteses, AVC, esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, além de todas as patologias relacionadas à senilidade onde tem grande demanda.

CAFLAF - Quais as áreas da fisioterapia que mais se destacam na Europa?
NATALIE - Pelo fato de as patologias mais comuns serem fratura de fêmur e sequelas de AVC, a ortopedia e neurologia são bem difusas em clínicas, casas de repouso e homecare. A fisioterapia respiratória é muito utilizada em hospitais, mas ainda são poucos os profissionais na área de respiratória; por exemplo, eu e outros poucos colegas somos os únicos fisioterapeutas especializados na região de Como (onde eu moro). As áreas de ergonomia e reabilitação uro-ginecológica ainda não são muito conhecidas.
Atualmente a pirâmide demográfica daqui, tem uma população idosa muito maior que de jovens e crianças, sendo assim, tudo é muito direcionado para área geriátrica.

Natalie ainda nos relatou que desde que foi para a Itália já teve a oportunidade de fazer vários cursos, principalmente nas áreas de geriatria e respiratória. Uma realidade do país é uma exigência de 50 pontos, no mínimo, de créditos de ensino continuo (ECM) por ano para a profissão de fisioterapia. Sendo esses cursos todos habilitados pelo ministério da educação, quanto mais cursos se fazem mais pontos se tem seja para o curriculum, seja para desempatar em concursos e principalmente para melhorar a qualificação profissional.
Finalizamos esse post deixando um recado de Natalie para todos os acadêmicos de fisioterapia.

“Para obter bons resultados profissionais, não basta somente aprender as técnicas, mas saber aplicá-las a cada tipo de paciente, pois não existe uma forma rígida de tratamento. Não existem pacientes que não “gostam” de fazer fisioterapia, somos nós que devemos nos empenhar a encontrar as técnicas que envolvam e conquistem cada paciente. Um abraço!’’ Fisioterapeuta Natalie Mattiola Stupp

13 comentários:

  1. Boa tarde. Minha esposa é Fisioterapeuta especialista em cardiorrespiratória, pela Faculdade de Medicina - USP em São Paulo. Gostaríamos de entrar em contato com a entrevistada Natalie. Seria possível?

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  2. Boa tarde. Meu nome é Angelica Berford, sou fisioterapeuta ha 8 anos e gostaria muito de trabalhar fora do Brasil. queria muito entrar em contato com voce por email.

    aberford28@gmail.com

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  3. Gostaria muito de entrar em contato com a entrevistada Natalie Matiola Stupp

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  4. Olá...Sou fisioterapeuta e educadora física, tenho muito interesse em trabalhar um período na Itália, gostaria de me comunicar com a entrevistada, se possível...Meu email fla.clinicafisio@gmail.com

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  5. Gostaria de indicação de alguns cursos na área de fisioterapia na Itália... filicyesddutra@yahoo.com.br

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  6. Olá, estou pensando em ir morar na Itália. Sou fisioterapeuta e gostaria de conversar mais com a Natalie. Meus e-mais são gleisafon@yahoo.com.br /gleisafontoura@gmail.com
    Grata

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  7. Gostaria de trocar ideia com a entrevistada sobre o processo de mudança é trabalho como fisioterapeuta para Itália.
    fedantasm@gmail.com

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. Sou fisioterapeuta em penso em ir morar na Itália gostaria de conversar com.a entrevistada.
    gitapparo@hotmail.com

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  10. Sou estudante de fisioterapia, e vou residir na Itália ano que vem, e gostaria de mais informações junto a entrevistada.
    Poderia fornecer o email dela?
    O meu é lucianacristinasa2016@gmail.com

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  11. Olá! Estou a disposição para trocar ideias sobre a nossa profissão na Itália! Obrigada ao Centro Acadêmico prof.Lisiane Fabris por estar fazendo um excelente trabalho. italianat@hotmail.com ou nataliestupp (Instagram)

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  12. Natália gostaria muito de entrar em contato com você. danielamartinelli63@hotmail.com

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  13. Olá, sou fisioterapeuta e gostaria de saber o que é preciso fazer para validar o diploma na Italia.

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